segunda-feira, 9 de março de 2009

Espionagem Parabólica

Imaginem que entre nós existem coisas que fogem de nossa compreensão.

Vamos pensar no seguinte, Impenetrabilidade: Dois corpos não podem ocupar, simultaneamente o mesmo lugar no espaço.
Aí vamos para a cena:

23 de Maio, um dos corredores mais movimentados da cidade de São Paulo, constantemente vigiada por radares, amarelinhos (amarelinhos são seres constituídos de uniforme ridículo amarelo e marrom, trabalham para o departamento de trânsito, mas assim...trânsito MESMO, daqueles que enche o saco da sexta-feira a tarde), policiais e etc, travam-se batalhas diárias, batalhas daquelas épicas retratadas em quadros reluzentes de paredes de castelos da Europa, mas essas para os escritório do detran (QG dos rídiculos amarelinhos). 

Constantemente, neste país sem leis, você pega o trânsito da 23 de maio, uma via expressa, cheia de desníveis na pista, sem tetos nos canteiros centrais, coisa fina mesmo, da gosto de ver como eles cuidam dos jardinzinhos e dos monumentos (Nota pessoal: WTF aquele tobogã que todo mundo na infância perguntou para os pais quando poderiam ir ali brincar e o pai teve que dar a MALDITA notícia; Não filho aquela PORRA ali é um monumento; que para a criança não fez diferença nenhuma, só ficou mais puta achando que era outra desculpa esfarrapada como a do parquinho, da loja de brinquedos e dos doces.)

É quando surgem como que de outra dimensão, uma dimensão só deles, onde eles aparecem em um tubo interdimensional, assim que você dá aquela SETA PRA CARALHA DE MUDAR DE FAIXA. Pronto, vem uma minhoca SEM FIM, infinita: é uma noção quase-numérica empregada em proposições matemáticasfilosóficas ou teológicase que faz referência à falta de limite e falta de fronteira no tamanho, quantidade ou extensão.

Uma minhoca constituída de ciclomotores e motociclos, e seus condutores, encapacetados de um mar de cores e formas, todos tão belos, trajando suas jaquetas de multifacetas e cores, combinando meia de uma cor, sapatos de outra, calças de outra entre outras bizarrices corriqueiras, ai começa o balé
Aquela onda começa com suas cornetas de Jericó, aquele tom, deselegante, em uma escala desafinada, invade seu sistema de som que você pagou com seu rico dinheiro, e atravessa o vidro direto no seu tímpano, já, como forma de tontear a vítima. 
Eis que seu corpo reage prontamente descarregando uma dose de adrenalina ao sangue, e aí você responde com aquele desvio de buraco, desvio de pedaço de cone, desvio de entulho na pista, desvio de fenda GIGANTESCA tipo o Vesúvio da Itália com força gravitacional para as rodas, logo na frente aquela Kombi cor de geladeira velha (Aliás, nada contra quem tem Kombi, apenas parece mesmo uma geladeira enorme deitada com rodas....até o motor é atrás..pensa nisso.).
A Caceta da Kombi quebra a cruzeta (todo mecânico adora essa palavra, queria saber por que, 
"Aii dotô, quebro foi a Cruzeta viu"), para ali, na sua frente, você realmente precisa desviar da iminência do choque contra a Geladeirona, o som ensurdecedor dos apitos agudos provenientes dos motocicleiros mochilistas engarrafantes sentados em suas poltroninhas verticais de pebolins com rodas, acertam a porra do retrovisor com o pé, chutam a porta, dão tapa no seu capô, riscam seu carro, mandam você : Tomar no , se foder entre outros de mais baixo calão....
Você freia bruscamente, já quase acertando o rapaz com notória troca de calças por vir, a mocinha que estava passando rímel, batom, prendendo o cabelo, passando o lápis, a sombra, a luz, o efeito, o pó, o pancake,o fixador, o delineador lendo a coluna social do jornal, no buraco do volante na frente do painel, atendendo o telefone, olhando no retrovisor pra fazer tudo isso, que estava dirigindo aquele carro cheio de acessório que as concessionárias agora dedicam para as mulheres, que redefinem a frase "foi só uma encostadinha" para...."ai caralha, bateu pra cacete", localizando-se atrás de você demorou cerca de meio segundo para perceber toda a situação, largar tudo, pisar no freio, e acertar seu parachoque traseiro com o mata-cachorro tão BONITO que ela tem no carro, fazendo com que aquela calça jeans que você mantém refém no porta-malas com a desculpa de "emergência" vem parar no banco da frente pois o banco foi engolido pela tampa traseira do porta-malas, step, macaco, entre outros acessórios legais do carro. Claro, que no centro gravitacional da motocicleta, só pode ser projetada para o chão, em trocas de faixa, não inclui chapada na traseira LINDA com direito a fogo e tudo mais, aquela minhoca então interdimensional, some, se vai, por entre o resto daquela corda sem fim de lanternas vermelhas, as mesmas, que quando você era pequenininho, nos trânsitos de praia a noite na serra perguntava, se não tinha fim aquilo, tamanho o trânsito no passeio legal de final de semana.
Você bate a cara no volante com força, com bastante força sabe? Tamanha força que o lábio superior treme, aquela tremida de chorinho, de raiva/dor/frustaçãofilhadaputadocaralhodemotoqueiroamaldiçoado, pois SIM DAVA PARA MUDAR DE FAIXA.




1 comentários:

Anônimo disse...

kkkkkkkkkkk, mandou muito bem, a parte dos monumentos foi demais, realmente, eu achava que podia andar de skate naquele da 23!

kkkkkkkkkkkkkkkkk